sábado, 7 de maio de 2011

Contos de Fadas...

"A Disney mudou várias gerações e a minha não é exceção. Na verdade, sempre que uma relação termina, não são raras as vezes que oiço as mulheres queixarem-se de que a culpa é da Disney, que as ensinou - no baixo dos seus 5 anos - que existem príncipes encantados e que vão viver felizes para sempre.

Recordo-me que, há uns anos, num daqueles "jantares de emergência" que se fazem entre amigas depois de uma delas ter terminado uma relação "que seria para a vida", a protagonista da história - a minha amiga, advogada de profissão - informava que devia processar a Disney por publicidade enganosa.

Foi dessa altura que surgiu a categorização de que vos falo de seguida:

O Príncipe (Branca de Neve): o panhonha


O príncipe da Branca de Neve ganha uns pontinhos por ter sido o primeiro na nossa vida (e nós gostamos disso), mas as suas qualidade acabam por aqui. Este príncipe é o típico panhonha - não faz nada de especial, limita-se a ficar ali especado à espera que tudo aconteça. É tão pouco importante que nem tem nome. Não há paciência.

Recordemos a história: (blá, blá, blá) a Branca de Neve come a maçã envenenada e é colocada no caixão. O príncipe, que andava ali pela floresta, não se sabe muito bem a fazer o quê, tropeça no caixão de cristal por acaso (nestas histórias o vidro é sempre cristal), e... não faz absolutamente nada! Limita-se a levar a pobre moça para o castelo, para a venerar. No caminho a carruagem tropeça e o pedaço de maçã que estava na garganta de Branca de Neve sai, trazendo a princesa de volta à vida. A intervenção do próprio? Nenhuma. Além disso veste-se mal, usa uma capa ridiculamente curta e collants. Por favor. Não começamos bem.

Aladino: bom-coração e boa-cabeça


O Aladino é um herói com pinta. É o típico homem que as nossas mães querem como genro e as nossas amigas nos dão cotoveladas a dizer entre sussurros: "grande sorte, ele é mesmo o pai dos teus filhos". O homem Aladino é inteligente, esperto, ágil, generoso e procura a justiça. Luta para poder alimentar o seu povo (que fofinho!) e é corajoso até mais não (luta contra uma cobra gigante com apenas uma pequena e humilde espada). Para além disso, usa aquela roupa descontraída (um pequeno colete que revela o seu belo "six-pack") e faz-nos sonhar com "Mil e uma Noites". Já ganhou! Se tem um homem assim, prenda-o em casa.

Peter-Pan: a eterna criança


O homem Peter-Pan é provavelmente uma das piores personagens masculinas com que alguma vez se vai cruzar na vida real: tem um ar tão querido, destemido e divertido que nos dá uma vontade irresistível de o adotar para o resto da vida. O problema? É que nunca cresce! O homem Peter-Pan tem aversão a compromissos, foge das responsabilidades "como o diabo da cruz" (sempre quis utilizar esta expressão) e é altamente imaturo a tomar decisões. Se tiver paciência para o "acabar de criar"... ótimo, senão, antevejo graves problemas e algumas desilusões (tirei um curso com o professor Karamba). O melhor é mandá-lo de volta para as saias da mãe.

Hércules: o betinho de Cascais falido


O Hércules é o típico miúdo que nasceu numa família rica (caramba, o rapaz é descendente de um Deus) mas que depois se teve de fazer à vidinha como um simples mortal. Foi para a capital, lutou contra uns monstros, e quando estava quase a morrer salvou-se, salvou mais umas pessoas e tornou-se objeto de desejo de qualquer mulher. É oself-made man que no fundo, no fundo teve uma ajudinha. Se este homem fosse português, provavelmente teria um belo emprego porque o pai tinha mexido uns "cordelinhos" (a famosa cunha) ou teria um apelido sonante que lhe abriria muitas portas apesar de não ter um tostão. O problema é que nunca ninguém chegaria a saber se ele é mesmo competente ou se foi tudo um "acaso de sucesso". Para si, pode ser uma boa aposta, desde que consiga perceber que o homem tem mesmo talento.

Príncipe Eric: o "bon vivant"


Para quem não está assim a ver logo quem é este príncipe, eu dou uma ajudinha: é o príncipe da "Pequena Sereia". O príncipe Eric é um rapaz simpático, gosta de velejar, é giro, descontraído, romântico e rico. Na verdade é um bom vivant no sentido positivo da palavra e um ótimo partido para as mulheres. Gosta de mulheres ousadas, (afinal a Ariel é a única personagem de desenhos animados que alguma vez fez uma cena de nu integral) mas nem por isso deixa de ser tímido: leva um filme inteiro para beijar a rapariga e nem mesmo um passeio romântico de barco e um coro inteiro de rãs, gaivotas e peixes fez com que o rapaz tomasse a iniciativa! Força Eric, tu consegues.

Monstro: o colega de carteira da secundária


O Monstro (da Bela e do Monstro) é um dos meus heróis favoritos. Faz lembrar o típico colega da escola secundária, que era o nosso melhor amigo mas que nunca teve namorada porque era ou magro ou gordo demais, tinha borbulhas, e como era alto tinha um ar meio desajeitado. Quando o cruzamos com ele, uns anos depois, é um homem com uma aparência extraordinária, inteligente, carinhoso (afinal passou a adolescência toda a estudar e a sentir-se sozinho) e agora o que mais quer é encontrar a mulher da sua vida e fazer muitos monstrinhos. Hum... Adorável. Só não aparecem é muitos deste"

Retirado daqui

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