Levanto-me às 6h00,
Um pequeno-almoço pouco nutritivo e à pressa…
Corro para apanhar o barco,
Acompanham-me as conversas fúteis
E os suores dos sovacos alheios,
Procuro alhear-me refugiando-me no meu mp3.
O barco atraca,
Acompanho a manada…
Chego ao trabalho,
A realidade não é muito diferente…
A manada pica o ponto,
É controlada e contada,
Verifica-se se ninguém se tresmalhou…
Dirigem-se à cocheira respectiva,
Ruminam e regurgitam papéis e futilidades…
Historietas sobre a sua família, os sobrinhos, o marido…
Como se me interessasse minimamente as suas patéticas vidinhas…
A hora do trabalho acabou finalmente,
Enfrento mais uma vez o sacrifico dos suores estranhos,
Chego a casa,
Preparo o jantar congelado,
Vegeto no sofá em frente à TV…
Tentativa de homicídio ao pensamento crítico,
Tentativa de condicionamento de ideias diferentes
Através da injecção de ocas imagens…
Deito-me…
Amanhã é outro dia…
Dia igual a este…