
O camião com os trabalhadores chegava por volta das 7h00. No chão já estavam dispostos os cestos, e procuravam-se agora as tesouras e as sogras (pedaço de tecido que as mulheres põem à cabeça na altura de irem despejar o cesto). Começam então a dirigirem-se aos pares para as fileiras de uvas que os aguardam, debaixo de parras que começam a pintar-se de laranja. O sol esconde-se por detrás do monte, e o ar cheira a vindimas.
Mãos então ao trabalho! Só se ouve o barulho, quase sincronizado das tesouras, e a jornada até às tinas para despejar o cesto, depressa começa. O caseiro também começa a sua ronda por entre as várias fileiras, para ver se foram deixados cachos de uva para trás, resmungando, como todos os anos faz, que o melhor seria contratar uma galinha para comer todos aqueles bagos desperdiçados, arrancando gargalhadas aos trabalhadores, já habituados aos seus ditos.
Vem a hora do mata bicho(lanche da manhã). Na fogueira assam-se chouriços ou farinheiras, o seu cheiro invade o ar, abrindo o apetite.
Vamos trabalhar mais um bocado! Agora é um instante até ao almoço...Alguns cantos e anedotas invadem o ar, que com a barriguinha aconchegada trabalha-se melhor. Vem o almoço, já com a habitual fogueira, assando-se então umas febras ou entrecosto, sempre acompanhado do suco divino fabricado por Baco. Vêm então as brincadeiras, as conversas ou uma soneca, até serem de novo horas para trabalhar.
Durante a tarde as horas voaram; esta vindima está a correr muito bem, se calhar amanhã pudemos ir para outro terreno, o patrão vai ficar contente.
Já se faz contas de cabeça ao dinheiro daquele dia, no dia da adiafa (fim da vindima) vai saber bem receber um bom dinheirito para compor as finanças.
No fim do dia de trabalho, o pessoal sobe mais uma vez para o camião. Lá vamos de regresso a casa. Amanhã há mais.
PS: Isto retrata uma vindima na Estremadura
Ai a vindima! Pessoalmente não gosto nada de ir vindimar, é cansativo e não morro de amores pela bicharada que se passeia pelas vinhas (bixas-cadela, saltões, gafanhotos, zangões, aranhas e uma ou outra cobra pequenita, pelo menos na vinha do meu avô tem lá disto!. É uma trabalheira! Vá lá que já ninguém me obriga a ir vindimar... Só gostava da vindima quando era pequena porque só ia memso para a brincadeira com os meus primos! Isso é que eram boas vindimas!
ResponderEliminarCom que então à sombra do chaparro, hein? :-))
ResponderEliminarai é? e como fazes com esse pessoal? ensina mew.. bah... ja lido melhor com isso, mas é uma piada nao terem "tempo" nao têm é vontae, mas sejam sinceros!!!
ResponderEliminarOlá, Mac, venho por este meio dar te a conhecer o meu novo espaço cultural, em estado ainda experimental :)), espero que gostes e que inclusive, possas dar sugestoes e colaborar com algum artigo, critica, etc. Ate breve, abraço.
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ResponderEliminarTb já vindimei, mas n gosto... gst mais de comer as uvas... bj
ResponderEliminarJá participei uma vez numa vindima. E adorei o espirito, o companheirismo, e a partilha dos valores ligados à terra, algo que vai faltando no dia-a-dia da grande urbe. Um abraço e uma boa semana ;)
ResponderEliminarAssisti a bastantes no meu tempo de criança. Era um festa! Para nós claro que não trabalhávamos nada... :)**
ResponderEliminarSim, eu também já andei nas vindimas... curioso, como é tudo tão igual...
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