No "DN" de Domingo, 4 de Maio, podia-se ler: Democracia portuguesa é das piores da Europa.
Segundo um estudo da Demos, uma ONG britânica, Portugal, dentro de um leque de 25 países europeus, está em 21º lugar no "index da democracia quotidiana" ("Everyday democracy index"-EDI). Para além de ser avaliada a democracia formal, na forma de eleições, também é avaliada a democracia informal, como a resolução dos problemas em sociedade ou dentro duma família.
E é este último critério que influencia negativamente a nossa posição na tabela. Começa logo pela participação. Já foi mais do que dito e debatido neste blog a quão baixa é a nossa participação na vida política...alheamo-nos do que se passa à nossa volta; as poucas associações cívicas que existem não confiamos nelas, ou porque pensamos que estão conotadas com determinado partido, ou porque pensamos que estão conotadas com os interesses duma classe profissional em particular. Os poucos movimentos de cidadãos que existem, surgem perante um contexto muito específico, debatendo um problema específico, e numa cidade específica, esgotando-se quando esse contexto já não existe (por exemplo, o Movimento em Defesa do Bolhão). Contudo é nestes pequenos movimentos movidos pela multidão anónima, que mais uma pessoa pode fazer a diferença...
E depois temos a democracia dentro da família, uma família ainda dominada pela religião, e pelos valores que a Igreja (e não Cristo) nos quer impingir. Uma família ainda dominada pela figura masculina. Afinal, basta desfolhar o Código Civil para encontrar em muitas páginas o critério do "Paters Família",o bom pai de família. E já agora, o que significa isso hoje em dia?
"o preço por não te meteres na política é acabares governado pelos teus inferiores" - platão (mais ou menos isto); li esta frase há uns tempos e cada vez concordo mais com ela.
ResponderEliminarQuanto ao critério do "paters familia", o criterio varia, consoante a cor clubistica. Uma brincadeira para começar bem o fim de semana!
Logo agora, que tanto tinha escrito ...
ResponderEliminarenganei-me e mandei tudo para a lixeira ... talvez seja melhor assim.
Resumindo, somos um povo que só olha para o espelho do descontentamento, mas não dá um passo para elevar a voz.
Depois onde pode ser ouvido?
Onde pode reivindicar o que lhe prometeram?
Onde há orgãos locais para clamar por justiça, saúde, já não falo em educação, porque ler e aprender é um castigo para a juventude.
Os eleitos de cada terra, são os barões assinalados de outras paragens que ocupam sempre os melhores lugares na barca da vida.
Agora temos, no Porto uma Bandeira Azul ... não sei se a recebem já pintada, se é pintada por cá ...
Quem conhece o sistema de esgoros do Porto e as NEGOCIATAS das ETAR(s), acredita piamente que pode mergulhar em águas límpidas, talvez só um pouco corruptas ...
A família é o feudo do macho, que ancestralmente teve sempre uma escrava sexual e para lhe criar os filhos.
Agora já vai havendo mudanças ... mas a mulher não é totalmente livre e não é só em baixios ... nos "cucurutos" da sociedade o problema é igual ou pior.
Enquanto uns só t~em o vinho, ou outros t~em a drogas duras e o whisky ...
Sou um revoltado contra a sociedade que se deixa martirizar piamente.
Talvez um dia, quando a vida na Terra desaparecer, a que nasça seja diferente.
Um bom fim de semana!
A ver se não atiro tudo para a lixeira ...
21 ?
ResponderEliminarmuito bom, achei que estávamos pior.
Tem por ai uns estudos que dizem o contrário, enfim conforme os gostos.
Pois é, amiga Mac, a democracia anda com umas quantas letras derreadas. Culpa da não inscrição de muitos.
ResponderEliminarUma pergunta que não parecendo vem a propósito: - Já conheces a Nova Águia (http://novaaguia.blogspot.com/)?
Caso não conheças, convido-te a uma visita e, se te agradar, gostava de te convidar a aderir.
Podes, caso aches necessário e quando quiseres, responder para o meu e-mail: pfespreitador@gmail.com
Abraço.
Ois Mac;)
ResponderEliminarA DemoCracia é uma palavra grega já muito velhinha, a falta de cultura da sociedade portuguesa desvirtua-a.
Tenho de discordar contigo em relação ao impigimento eclesiástico.
Só se deixa "impingir" quem quer, a Igreja, num momento conturbado em que o "Homem" já inventa para saber o que fazer, procura de uma forma conservadora refrear a libertinagem.
A figura do homem na família será sempre a do homem, a da mulher será sempre a da mulher, os dois democrticamente que se entendam.
Julgo que o mix Democracia/Igreja que elaboraste é desajustado.
Hoje, o papel da Igreja na defesa da dita é grande. A Igreja educa, a Igreja está junto dos desfavorecidos, a Igreja procura o entendimento com outras religiões, a Igreja está presente nos locais desventurados pela fome e miséria, a Igreja está nas catástrofes.
É fácil comentar o lado polémico da acção eclesiástica, dificil é criticar o lado positivo, sabes porquê?
Porque é mais porreiro ir ao shopping, ao cinema, às exposições, namorar, ir a festas, ir às compras..., do que passar umas horas na paróquia a planear acções a favor de quem precisa.
Depois, desconhece-se o papel e o valor da acção da Igreja.
Nem tudo é mau no Reino dos Céus Mac, nem tudo é mau, preciso é conhecer, estar presente.
O mix democracia/igreja tem a ver com a conclusão do estudo que denota falta de democracia nas relações informais, ou seja na familia.
ResponderEliminarA familia portuguesa, no meu ver, ainda dominada por uma figura masculina, que muitas vezes ainda tem a última palavra nas decisões familiares, e dominada pelos valores que a Igreja impõe.
A Igreja, como muitas outras instituições, é constituída por pessoas, e como em muitas outras instituições, há bons e maus profissionais.
Exactamente! Se fores coerente com a doutrina, dás aos pobres e emprestas a deus, etc etc. Tudo um deve/haver que nos torna egoístas e calculistas. Acho que podemos dizer, com tanta luta latente, que "anónimos venceremos"! Democracia? Com os meios de comunicação comprados por todos os judas endinheirados? Com povo ignorante? Com tantas ameaças ao nosso bem-estar...nem nos deixam ser naturalmente felizes. Ameaçam.
ResponderEliminarGrata pela tua presença, por lá.
Abçs
Em 1974, (re)nasceu em mim a esperança que a palavra DEMOCRACIA tivesse algum significado e valor. Passados que estão 34 anos, eu ainda mantenho a esperança, mas...muito caminho ainda há a percorrer, pois perdemos muito tempo (e dinheiro) com "outros valores".
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