Tentei fugir da mancha mais escura
que existe no teu corpo, e desisti.
Era pior que a morte o que antevi:
era a dor de ficar sem sepultura.
Bebi entre os teus flancos a loucura
de não poder viver longe de ti:
és a sombra da casa onde nasci,
és a noite que à noite me procura.
Só por dentro de ti há corredores
e em quartos interiores o cheiro a fruta
que veste de frescura a escuridão. . .
Só por dentro de ti rebentam flores. "
David Mourão Ferreira
Grande escolha!
ResponderEliminarEnorme poeta este homem era! E a música está muito bem escolhida. Está-se bem aqui...
ResponderEliminarOlá Mac! Novo visual, tão arrumadinho!!!
ResponderEliminarLi há pouco "Um Amor Feliz" que propositadamente "só" agora quis ler. Um homem que tão bem descreve o encanto do amor e da mulher, é um homem BELO! Como aqui se encontra.
Sobre os socalcos: sinceramente, nem sei que te diga. Os romanos já conheciam aquele néctar dos deuses, como tão bem demonstram as lagaretas encontradas. O Marquês de Pombal "demarcou" o Douro e a sua região de vinhos. Aquela paisagem de terra quente foi amorosamente "socalcada" entre o xisto, o granito, o quartzo, com lágrimas e canções, escravatura de criados dos senhoritos ricos, ingleses e outros. Com o suor dos nossos bisavós também. É única e no essencial, manteve-se. Que mais te poderei dizer? Que a beleza está metida nesse milagre, de fragas duras e vides secas, vidas antigas.
Concordo que o afã de produtivizar e rentabilizar as terras possa descaracterizá-las. Não me parece (ainda) o caso.
Bjinho
Não sou mentiroso, por isso digo...nunca li nada de DMF.
ResponderEliminarGostei;)
boa escolha sem duvida.
ResponderEliminarmuito bom. muito bom.
ResponderEliminarbeijinhos
Tenho que confessar que nuca li nada de DMF. Vi este poema afixado numa galeria-bar no Porto, e apaixonei-me por ele...
ResponderEliminar... malandra, há que ler o David!
ResponderEliminarA menina no nosso post de hoje - Domingo - tem lá uma surpresa ...
David Mourão-Ferreira, um dos nossos poetas maiores, sonetista exímio e cantando o amor como ninguém.
ResponderEliminarEste belo poema cantado pelo Luís Cília é qualquer coisa de admirável.
Gostei da tua participação no 7º Jogo estás de parabéns. E obrigada pelas partilhas.
Bom domingo
Bjs
Luz e paz