quarta-feira, 30 de julho de 2008

Ao fim da tarde

A chegada do fim do dia tinha um qualquer quê de mágico...sentava-me na cadeira de baloiço, velha e rangente, e ali ficava a admirar o lago que se estendia à minha frente. Diante de mim, um bule contendo chá, cujas aromatizadas colunas de vapor eu inalava, deliciando-me com o seu cheiro ...Ali ficava eu em longa conversa com o meu amor de sempre, discutindo o que nos vinha à cabeça, quer fosse as intermináveis viagens que havíamos feito pelo país, quer fosse política, com a minha posição de nefelibata a originar acessas discussões.
Poder-se-ia dizer que estávamos votados ao ostracismo naquela casa isolada, no meio de nenhures, mas preferíamos assim. Afinal onde noutro lugar poderíamos assistir a este movimento tão suave dos dias, onde poderíamos assistir a estes pores-do-sol tão intensos e tão vermelhos a lembrar as chamas do Inferno?
Ali ficávamos a conversar, até a luz do luar inundar o lago, até os seus raios tocarem notas de tom variável na superfície calma das águas, até os pirilampos sairem do seu casulo e voarem em rota quase vertical em direcção à luz....
Era um sítio mágico, aquele...


Texto publicado no 5ºJogo das Palavras, no Eremitério

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Livro d'o Jogo das Palavras


Pois é, o JOGO das 12 PALAVRAS, iniciativa do Eremitério, vai ser transformado em livro, e esta vai ser a sua capa...
O lançamento está previsto para Novembro, a pensar numa prenda diferente para oferecer ao pessoal.

"Quem quiser reservar - pode fazê-lo desde já para a editora: ediumeditores@gmail.com
Site da Editora: ediumeditores.blogspot.com.
Preço de capa: 13,00€ (cerca de 185/190 páginas)- quem reservar e pagar desde logo - informar-se com o editor sobre forma de pagamento - receberá por correio o nº de exemplares pretendidos, sem portes
." (informação cedida pela TMara, companheira destas andanças em volta das palavras).
Portanto, já sabem, toca a reservar e passar a informação!!



sábado, 19 de julho de 2008

Sou discriminada...

«Somos cidadãos portugueses, não somos imigrantes. Por isso temos Bilhete de Identidade, por isso votamos. Queremos que o Governo trate dos nossos problemas como trata dos dos outros. Não podemos ser discriminados».
(José Fernandes, um dos elementos da comunidade cigana da Quinta da Fonte, em declarações ao Diário de Notícias)

Estas declarações é mesmo a gozar com a minha cara...com a minha e com a de milhares de portugueses que pagam impostos. Eu, se quero uma casa, tenho de ir ao banco pedir um empréstimo e ficar 30 anos a pagá-lo (e toda a gente sabe que as prestações duma casa andam numa escalada, e as dificuldades para as pagar são cada vez mais); se quiser mudar de casa, tenho de pôr esta à venda, pagar mais valias (se as houver) às Finanças, e solicitar um novo empréstimo.
O meu carro é um bolinhas já com 9 anos, e ainda tem de rolar mais uns quantos.
Se algum dia me envolvesse em confusões que metesse droga ou armas ilegais, ou se acampasse durante toda a noite em frente à Câmara Municipal, iria para o xilindró.

Estes senhores (se se pode chamar-lhes isso) têm casa quase de borla (as prestações que pagam às Câmaras é na ordem dos 30€, e mesmo assim muitos têm prestações em atraso), quando querem mudar de casa é só fazer o choradinho, têm altas bombas estacionadas à porta de casa, têm o rendimento minimo garantido, podem fazer as confusões que quizerem que ninguém lhes faz nada.
E ainda se atrevem a vir com o discurso de que são discriminados!!!
Eu, e milhares de outros portugueses, é que somos discriminados!! A estes, tratá-lo-ia-os como as sanguessugas e os parasitas que são!


sexta-feira, 18 de julho de 2008

Que saudades...

ARTIGO DE NUNO MARKL P/ OS TRINTÕES/QUARENTÕES
(Recebido via mail)

"A juventude de hoje, na faixa que vai até aos 20 anos, está perdida.
E está perdida porque não conhece os grandes valores que orientaram os que hoje rondam os trinta.
O grande choque, entre outros nessa conversa, foi quando lhe falei no Tom Sawyer.
'Quem?', perguntou ele. Quem?! Ele não sabe quem é o Tom Sawyer! Meu Deus... Como é que ele consegue viver com ele mesmo?
A própria música: 'Tu que andas sempre descalço, Tom Sawyer, junto ao rio a passear, Tom Sawyer, mil amigos deixarás, aqui e além...' era para ele como o hino senegalês cantado em mandarim.

Claro que depois dessa surpresa, ocorreu-me que provavelmente ele não conhece outros ícones da juventude de outrora.
O D'Artacão, esse herói canídeo, que estava apaixonado por uma caniche; Sebastien et le Soleil, combatendo os terríveis Olmecs; Galáctica, que acalentava os sonhos dos jovens, com as suas naves triangulares; O Automan, com o seu Lamborghini que dava curvas a noventa graus; O mítico Homem da Atlântida, com o Patrick Duffy e as suas membranas no meio dos dedos; A Super Mulher, heroína que nos prendia à televisão só para a ver mudar de roupa (era às voltas,lembram-se?); O Barco do Amor, que apesar de agora reposto na Sic Radical, não é a mesma coisa. Naquela altura era actual...
E para acabar a lista, a mais clássica de todas as séries, e que marcou mais gente numa só geração: O Verão Azul.
Ora bem, quem não conhece o Verão Azul merece morrer. Quem não chorou com a morte do velho Shanquete, não merece o ar que respira. Quem, meu Deus, não sabe assobiar a música do genérico, não anda cá a fazer nada.

Depois há toda uma série de situações pelas quais estes jovens não passaram, o que os torna fracos:Ele nunca subiu a uma árvore!
E pior, nunca caiu de uma. É um mole.
Ele não viveu a sua infância a sonhar que um dia ia ser duplo de cinema.
Ele não se transformava num super-herói quando brincava com os amigos.
Ele não fazia guerras de cartuchos, com os canudos que roubávamos nas obras e que depois personalizávamos.
Aliás, para ele é inconcebível que se vá a uma obra.
Ele nunca roubou chocolates no Pingo-Doce. O Bate-pé para ele é marcar o ritmo de uma canção.
Confesso, senti-me velho...
Esta juventude de hoje está a crescer à frente de um computador.
Tudo bem, por mim estão na boa, mas é que se houver uma situação de perigo real, em que tenham de fugir de algum sítio ou de alguma catástrofe, eles vão ficar à toa, à procura do comando da Playstation e a gritar pela Lara Croft.

Óbvio, nunca caíram quando eram mais novos. Nunca fizeram feridas, nunca andaram a fazer corridas de bicicleta uns contra os outros.
Hoje, se um miúdo cai, está pelo menos dois dias no hospital, a levar pontos e fazer exames a possíveis infecções, e depois está dois meses em casa fazer tratamento a uma doença que lhe descobriram por ter caído.
Doenças com nomes tipo 'Moleculum infanticus', que não existiam antigamente.
No meu tempo, se um gajo dava um malho muitas vezes chamado de 'terno' nem via se havia sangue, e se houvesse, não era nada que um bocado de terra espalhada por cima não estancasse.

Eu hoje já nem vejo as mães virem à rua buscar os putos pelas orelhas, porque eles estavam a jogar à bola com os ténis novos.
Um gajo na altura aprendia a viver com o perigo.
Havia uma hipótese real de se entrar na droga, de se engravidar uma miúda com 14 anos, de apanharmos tétano num prego enferrujado, de se ser raptado quando se apanhava boleia para ir para a praia.
E sabíamos viver com isso. Não estamos cá? Não somos até a geração que possivelmente atinge objectivos maiores com menos idade?
E ainda nos chamavam geração 'rasca'... Nós éramos mais a geração 'à rasca', isso sim. Sempre à rasca de dinheiro,sempre à rasca para passar de ano, sempre à rasca para entrar na universidade, sempre à rasca para tirar a carta, para o pai emprestar o carro. Agora não falta nada aos putos.
Eu, para ter um mísero Spectrum 48K, tive que pedir à família toda para se juntar e para servir de presente de anos e Natal, tudo junto.
Hoje, ele é Playstation, PC, telemóvel, portátil, Gameboy, tudo.
Claro, pede-se a um chavalo de 14 anos para dar uma volta de bicicleta e ele pergunta onde é que se mete a moeda, ou quantos bytes de RAM tem aquela versão da bicicleta.
Com tanta protecção que se quis dar à juventude de hoje, só se conseguiu que 8 em cada dez putos sejam cromos.
Antes, só havia um cromo por turma. Era o totó de óculos, que levava porrada de todos, que não podia jogar à bola e que não tinha namoradas.
É certo que depois veio a ser líder de algum partido, ou gerente de alguma empresa de computadores, mas não curtiu nada.'

(Nota: ...os chocolates não eram gamados no 'Pingo Doce'... Ainda se chamava 'Pão de Açúcar'!!!)"

domingo, 13 de julho de 2008

Regressão

Vocalista de Motörhead aparece em jornal alemão com boina nazi.
A lendária figura da música "heavy metal" já está a ser investigada pelas autoridades germânicas.


Qual a diferença entre os crimes praticados em nome do nazismo, e os crimes praticados em nome do fascismo, comunismo, igreja ou Bush? Acho que é altura da Europa em geral e a Alemanha em particular fazerem as pazes com a sua própria consciência...
As liberdades individuais em vez de avançarem estão cada vez mais a regredir...

Pergunto-me se os Heróis do Mar fossem fundados nos dias de hoje, o que se diria? Com as referências à bandeira, o seu estilo, e letras como as da canção acima, provavelmente seriam conotados com os meninos da Mocidade Portuguesa e investigados pelo SIS.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Sugestões

De 8 a 14 de Julho, no Arena Lounge, no Casino de Lisboa, podemos ver os The Soaked Lamb, uma banda portuguesa que toca predominantemente blues. A não perder...ainda por cima é à borlix!!

No outro dia fui ao cinema ver "O Orfanato" (não se esqueçam de colocar este na vossa agenda), e no meio da publicidade habitual, também lá veio a habitual publicidade à SuperBock. Esta marca de cerveja tem um spot em que aparecem várias imagens de sítios da noite portuense. Mas mais importante que as imagens, o que cativa é a canção. Eu já tinha visto este spot algumas vezes, mas só agora é que me deu curiosidade de investigar quam cantaria. E cá está: Brandi Carlile...
E até Domingo ainda podem ver "SAGA - Uma Ópera Extravagante", baseada em textos de Sophia Andersen e com a banda da Armada como orquestra presente. Eu já comprei os meus bilhetes, e vocês?

This used to be my playground