domingo, 26 de outubro de 2008

Noite

Perante mim nada mais que um mar de escuridão,
Perante o bem fiz um gesto de capitulação.
As trevas expandem-se, roubando toda a Luz,
As malhas da noite, um frio em mim produz...

Não consigo afastar este negro sentimento,
Não consigo afastar o amargo cálice deste momento.
Só com as criaturas nocturnas me sinto em harmonia,
Só com os demónios em sintonia.

Sinto-me agora, pela primeira vez, em plena liberdade,
Solta de quaisquer regras impostas pela sociedade.
Voo, corro, danço como uma bailarina,
Tendo como vestido apenas a nocturna neblina...

Com um galanteio, rouba-me a noite um beijo,
Ao qual respondo com um falaz pejo.
O meu esforço para fugir é em vão,
E em breve entrego-lhe o corpo e o coração...



(Texto publicado no 7ºJogo das 12 Palavras, no Eremitério)


7 comentários:

  1. Anónimo11:55

    Muito, é assim, li este poema ontem no Eremitério, e sentime assim como escreves e o poema descreve,foi muito identificativo para mim.Adorei.
    Este Dream a litle dream of me "ella" mesma e "Louis" cai sempre bem.
    Beijinho

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  2. Anónimo14:28

    Olha, li e ... gostei!

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  3. Cheio de ritmo (embora "nocturno"), o teu 7º jogo...:))

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  4. Anónimo09:01

    Um interessante e agradável jogo de palavras e de sentimentos.

    ;)

    Gostei.

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  5. Anónimo15:55

    Uma bela maneira de rever conhecimentos de português.

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  6. Então a casa foi remodelada?
    Hoje já não tive qualquer dificuldade.

    Belo poema da entrega numa noite.

    A noite tem essa escuridão que com um gesto nos leva á capitulação, sem luz.
    Unimos o sentimento com harmonia e numa sintonia de liberdade, como uma bailarina que galanteia num falaz esforço.
    Será em vão?
    A noite responder-nos-á

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